sábado, 11 de setembro de 2010

Glória: Contar as lendas para o planeta não virar lenda

Professoras Gloria e Jeanni
O prazer construtivo e construcionista.




'"O mundo precisa de poesia, sonho e novas realizações. E esses, antes de acontecerem, existiram na forma de histórias. Que essa grande roda – ideais, sonhos e poesia – criem o mundo de amanhã, mundo em que viverão as crianças de hoje."

Ana Lúcia Brandão

O mundo passa por uma ampla discussão sobre meio ambiente, a partir das tragédias ecológicas em evidência nos meios de comunicação e das previsões cientificas que apontam para uma série de situações que as gerações futuras , poderão vivenciar se a geração de agora não criar estratégias que visem minimizar os impactos das ações humanas no meio ambiente ( falta de água, super aquecimento , escassez de alimentos, extinção de grande parte da fauna e flora,etc...)

Cabe a nós educadores conscientizar ambientalmente nossos alunos , tendo como princípio que a educação ambiental precisa ser vista como tema transversal tratado dentro da escola como projeto, devendo estar incluído no projeto político-pedagógico da escola.

Nessa perspectiva percebo a importância de iniciarmos um projeto de educação ambiental no início do processo de escolarização, valorizando atividades que estejam incluídas na rotina. nesse sentido a contação de histórias torna-se grande aliada , "porque as histórias mostram inúmeras facetas da realidade."(Ana Lúcia Brandão), sem no entanto deixar de alimentar o imaginário infantil.

As lendas são histórias criadas no universo popular, fantásticas , porém expressam valores, desejos e ideais humanos ... O saci ,a Iara , a matinta-perera são seres criados no imaginário popular, porém , estão carregados de valores que objetivam a proteção da fauna e flora, sob o risco de castigo para aqueles que fazem o contrário, “ lendas ensinam como interpretar, enfrentar e suportar os sofrimentos emocionais que a vida impõe. Portanto, são de suma importância na compreensão da vida humana. São símbolos inconscientes e coletivos projetados no mundo externo, representando a realidade humana de maneira a facilitar o avançar do espírito humano. Eles são facilitadores do processo de individuação, pois lidam com a transformação da consciência” ( Anyara Menezes Lasheras). Analisando os castigos que os seres mágicos executam , eles simbolizam hoje a situação pela qual passamos, conforme citado acima.

Sendo assim ao trabalharmos as lendas na perspectiva ambiental , oportuniza-se a criança perceber a partir dos sentimentos e emoções resultantes do contato com essa literatura a compreensão da necessidade de preservação e respeito a natureza.

Coube no proceso de aprofundamnto da temática das lendas e sua função social de preservação ambiental nos apropriarmos de elementos artísticos que conduzissem a criança a uma materialização da compreensão e sendo assim buscamos no conhecimento etnológico e técnico da máscara um encontro entre o surral e a materialização do surreal.

Utilizamos para tanto a técnica de papietagem no balão , onde a armação de papel deu origem a matinta, curupira, mapinguarí, Iara e Sací.

O fazer artesanal, sua técnica e delicadeza se pautaram na ludicidade que só o processo criativo conduz.” ...A máscara é um elemento de representação que, provavelmente, acompanha toda a história da humanidade, seja através dos mitos, ritos ou de outras formas de manifestações geralmente vinculadas a uma necessidade de vida individual e comunitária....”(Grupo Teatral Moitará).

Nossa ousadia está em não requerer a priori o corpo do ator ou o texto teatral , mas o sentir que vem do observar a máscara e de tentar escutá-la.

*Glória de Queiroz
Especialista em Educação Infantil
Técnica em teatro
Cursando Pós- graduação em perícias Forenses'

Revisão textual
Lucileide A. Oliveira

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Que bom ver a escola florescendo em arte e em consciência ambiental.
    Talvez a técnica da máscara sirva justamente para que aprendamos a retirar a partir da arte as máscaras que encobrem a realidade da educação e possamos realmente atuar com a Verdade, encenando com felicidade o teatro da vida.
    Que a escola floresça como o ipê que junto a grandiosa e atualmente muito fondosa samaumeira, logo explodirá em flores e em glória ao feliz retorno da Glória iluminada sob a luz de Lu(z)cileide e o humor da Jeanni.

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  3. Obrigadão amigo Sinval, vamos estimular nossos colegas a mostrarem sues trabalhos nesse nosso espaço, até breve.

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